
Houve uma época em que as cabines de rádio da Assembléia Legislativa eram separadas por uma fina parede. Não havia segredo. Todos escutavam tudo. O repórter Gustavo Motta, da Rádio Guaíba, andava desconfiado que um colega da concorrência estava clonando suas matérias. E teve a prova. Entrevistou o então presidente da Assembléia, José Otávio Germano, por telefone, às 9h, para colocar a entrevista no ar uma hora mais tarde. Mas antes que a voz do deputado fosse escutada pelos guaibeiros, o coleguinha da concorrência furou Gustavo Motta. Mesmo sem sonora, resumiu a matéria do colega. Gustavo não deixou por menos.
Deu uma volta para esfriar a cabeça e voltou correndo, tipo gato fugindo de cachorro. Fez de conta que telefonou para a Guaíba e começou a gritar: "Me botem no ar agora". E fez um falso boletim: "O secretário do Desenvolvimento Econômico e Assuntos Internacionais, Nelson Proença, acaba de renunciar ao cargo. Ele reassumirá cadeira no Congresso Nacional. Mais informações no Corresponde Renner. Da Assembléia Legislativa, Gustavo Motta".
Passados uns 30 minutos, o então coordenador de imprensa do Palácio Piratini, jornalista Luiz Fernando Moraes, telefonou para Motta e perguntou: "O que tu aprontaste que o Fulano de Tal quer de qualquer jeito uma entrevista com o Proença?". Mesmo sabendo que tinha caído numa pegadinha, o coleguinha da concorrência não perdeu o rebolado: "Puxa, voltaste atrás na renúncia do Proença. O que houve". Gustavo Motta alfinetou: "Como ficaste sabendo da renúncia se sequer entrei no ar?".
Um comentário:
Adorei o blog! Muito bom mesmo, vale como aula.
Abraço
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