terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Antídoto contra "chupador de matérias"


Houve uma época em que as cabines de rádio da Assembléia Legislativa eram separadas por uma fina parede. Não havia segredo. Todos escutavam tudo. O repórter Gustavo Motta, da Rádio Guaíba, andava desconfiado que um colega da concorrência estava clonando suas matérias. E teve a prova. Entrevistou o então presidente da Assembléia, José Otávio Germano, por telefone, às 9h, para colocar a entrevista no ar uma hora mais tarde. Mas antes que a voz do deputado fosse escutada pelos guaibeiros, o coleguinha da concorrência furou Gustavo Motta. Mesmo sem sonora, resumiu a matéria do colega. Gustavo não deixou por menos.

Deu uma volta para esfriar a cabeça e voltou correndo, tipo gato fugindo de cachorro. Fez de conta que telefonou para a Guaíba e começou a gritar: "Me botem no ar agora". E fez um falso boletim: "O secretário do Desenvolvimento Econômico e Assuntos Internacionais, Nelson Proença, acaba de renunciar ao cargo. Ele reassumirá cadeira no Congresso Nacional. Mais informações no Corresponde Renner. Da Assembléia Legislativa, Gustavo Motta".

Passados uns 30 minutos, o então coordenador de imprensa do Palácio Piratini, jornalista Luiz Fernando Moraes, telefonou para Motta e perguntou: "O que tu aprontaste que o Fulano de Tal quer de qualquer jeito uma entrevista com o Proença?". Mesmo sabendo que tinha caído numa pegadinha, o coleguinha da concorrência não perdeu o rebolado: "Puxa, voltaste atrás na renúncia do Proença. O que houve". Gustavo Motta alfinetou: "Como ficaste sabendo da renúncia se sequer entrei no ar?".

Um comentário:

Márcia Dihl disse...

Adorei o blog! Muito bom mesmo, vale como aula.
Abraço