sexta-feira, 28 de março de 2008

Mosquito morde?


A apresentadora do Mais Você, da Rede Globo, descobriu uma caractetística até então desconhecida do "mosquito da dengue". Ela afirma com certeza que o insetor morde. E morde muito. "Cada mosquito morde até dez pessoas". Fantástico, não? Eu nem sabia que mosquito tinha dente! Vivendo e aprendendo!!

Mensageiro Difusora


A Rádio Difusora, onde trabalho em Bagé, mantém há anos o "Mensageiro Difusora", com avisos de utilidade pública para o interior do município e cidades vizinhas. Além disso, no programa, tem relação de documentos perdidos, informações sobre remates, avisos de emprego e ... notas de falecimento. Ao longo do tempo algumas situações entraram para a história. Uma delas é a que vou relatar, mas peço licença para omitir o nome do apresentador, que trabalha por lá até hoje.
Geralmente as notas de falecimento são apresentadas com o cabeçalho (convite para enterro ou algo do gênero), o nome dos familiares, do defunto, horário e local do sepultamento. Alguns locutores encerram com a frase "à família enlutada, nossas condolências", tipicamente da Campanha.

Certa feita o colega se iestraiu e mandou ver:
"Nota de Falecimento. A família do sempre lembrado Fulano de Tal, hoje falecido, comunica que as cerimônias de encomendação e sepultamento acontecerão hoje, às 18h, saindo o corpo da Capela Padre Germano, sala Nossa Senhora das Graças, para a Necrópole local. Os familiares antecipam agradecimentos. As pompas fúnebres estão a cargo da funerária X. Transmitimos a nota de falecimento de Fulano de Tal. À família enlutada, os nossos PARABÉNS".

Dizem as más línguas que o apresentador ficou mudo. A única coisa que se ouvia era a risada do operador de áudio, que chegou às lágrimas. Os ouvintes, corneteiros de plantão, incomodaram o pobre do locutor. Que, é claro, levou uma bronca dos colegas.

(Colaboração Emanuel Müller)

O insubstituível jornalista Pedro Macedo


O jornalista Pedro Fernando Garcia de Macedo (na foto) tem tido pouco espaço para escrever atualmente. Assim, perdem os veículos de comunicação e os leitores do Rio Grande, porque ele possui um dos melhores textos da praça. Não apenas pelo perfeito domínio da língua portuguesa mas, principalmente, por seu conteúdo, algo cada vez mais raro na imprensa do Estado.
Prova disso foi o artigo desassombrado publicado no site Coletiva.net, em 26/3/2008, intitulado “Substituição” . Incrível a repercussão que teve. Recomendo que o leiam antes de seguir adiante. Vale a pena refletir a respeito.
O Pedro é assim: um sujeito de grande personalidade, cuja lealdade aos amigos chega a ser espantosa. Prova disso está em seu Perfil, intitulado "Sensibilidade para o jornalismo" publicado no Coletiva.net em 5/1/2007.
Na época teve o recorde de comentários, fato que foi noticiado no site. E me inspirou a detalhar algo que revelavam: a afeição pelo extraordinário amigo.
Escrevi então o artigo “Pedro Macedo: o dom da amizade”, em 11/1/2007. Relembro os fatos porque tenho recebido manifestações preocupadas. Até sugeriram que o Pedro pode estar com algum pensamento mórbido. Calma.
Conheço esse sujeito nascido em Bagé em 29/06/1948, filho da dona Aurora o suficiente para assegurar: ele está de bem com a vida. A diferença é que, ao contrário de engolidores de sapo, diz o que pensa. E dorme o sono dos justos.

Vou ilustrar com um fato que poucos conhecem e anexo um documento inédito.

Em 1985, comandei a brilhante equipe de esportes de Zero Hora, integrada pelo Flávio Dutra, Mauro Toralles, Nico Noronha, Jones Lopes, José Evaristo Villalobos, Júlio Sortica, Paulo Burd, Adroaldo Guerra, Luiz Zini Pires, Jakzam Kaiser, Breno Maestri, Cláudio Dienstmann, Eliziário Rocha, Cláudia Coutinho, Vera Daisy, Mário Caminha, Carlos Alberto Fruet, Márcio Câmara, Ademir "Chimba" e o saudoso Evaldo Gonçalves, entre tantos outros. Além dos colunistas Paulo Sant’Ana, Cid Pinheiro Cabral, Ruy Carlos Ostermann, Carlos Nobre, Lauro Quadros e João Carlos Belmonte. Era um time da pesada.
Em maio daquele ano, seria realizada a tradicional corrida de cavalos em cancha reta na cidade de Santa Bárbara do Sul. Me ocorreu enviar alguém neófito em turfe, a fim de relatar as histórias do ambiente com nova visão. Escalei o Pedro. Não havia carro disponível e ele pegou carona com o ex-cronista de turfe de ZH, o falecido Roberto Franco. Sem fotógrafo, Pedro contratou um profissional local. O material publicado teve grande repercussão. Mas por ordem superior, Pedro não recebeu o reembolso de Zero Hora pelas despesas fotográficas que pagou.
No final de 1985 fui para Florianópolis formar a equipe que lançou o Diário Catarinense. Convidei Pedro para fazer parte da equipe. Desfalquei o Nilson Souza, que assumiu o esporte da ZH, ao levar também Jakzam, Breno e Zini.
No início de 1986, anunciaram resultado dos ganhadores do tradicional Prêmio ARI – Associação Riograndense de Imprensa –, o principal do Estado. E a matéria vencedora na categoria de Reportagem Esportiva foi… exatamente a de Pedro Macedo sobre as corridas de cancha reta de Santa Bárbara do Sul.
Ficamos eufóricos e o diretor da mídia impressa da RBS liberou uma passagem aérea Florianópolis-Porto Alegre para que ele estivesse presente na cerimônia. No dia do embarque, o Pedro entregou-me duas laudas datilografadas e disse:

- Esta é uma cópia, apenas para o teu conhecimento. O original já foi remetido.

Quando terminei de ler, quase caí da cadeira. Hoje, 22 anos depois, reproduzo a seguir o texto que guardei até hoje porque trata-se de documento histórico.

Antes, duas providências:
1º - Pedi autorização ao Pedro para torná-lo público
2º - Retirei o nome do destinatário porque não é o que importa nesse contexto

Eis a sua íntegra:

Florianópolis, 7 de maio de 1986.


De: Pedro Macedo
Para: (omitido)

Assunto: Merda

"Confesso que neste momento ainda estou um pouco confuso. Em maio do ano passado, tu me disseste – pena que sem testemunhas – que a matéria sobre a cancha reta de Santa Bárbara do Sul não interessava ao jornal. Ainda assim, a editoria de esportes de ZH, dirigida pelo Emanuel, na época, levou a idéia adiante e resolveu publicar a matéria. Eu também decidi que os Cr$ 200 mil que paguei a um fotógrafo local não me fariam tanta falta se o jornal não me reembolsasse, como na verdade aconteceu.
Agora, quando está bem perto o dia da entrega do Prêmio Ari de Reportagem Esportiva, penso de novo naquela tua avaliação da matéria e tenho o direito de concluir que estavas equivocado. Mas também admito que enganados podem estar todos os outros envolvidos neste troço. Se me disseres que a comissão de pessoas que julga as matérias inscritas no Prêmio ARI é uma merda, tenho que aceitar esta opinião porque estarias simplesmente exercendo um direito teu.
Mas também tenho eu o direito de tirar algumas conclusões: se a comissão é uma merda, o prêmio também é uma merda. E se tudo isso é verdade, um jornal que dedica mais de meia página – como fez a própria ZH – para divulgar os resultados de um concurso desses, também é outra merda, exatamente o que se pode dizer de seu diretor-editor.
Como não concordo que o diretor-editor de ZH seja um merda (não estaria no cargo se o fosse) também não considero ZH um jornal de merda e acho justo o espaço dedicado aos resultados do Prêmio ARI de Reportagem. Conseqüentemente, a editoria de esportes de ZH agiu bem ao publicar a matéria sobre a corrida de cancha reta de Santa Bárbara do Sul e melhor ainda ao decidir inscrevê-la no Prêmio ARI, um concurso que, justamente por sua seriedade, está completando 25 anos.
A importância do Prêmio ARI ainda foi confirmada esta semana pelo diretor da mídia impressa da RBS, Marcos Dvoskin, que não apenas me liberou para estar no Palácio Piratini no dia da entrega solene dos prêmios (que, segundo ZH, será feita pelo próprio governador do Estado) como ainda autorizou o pagamento de passagem aérea Florianópolis-Porto Alegre-Florianópolis. "Isso é muito importante para a Zero Hora", me disse o Marcos. E foi a partir dessa frase que comecei a pensar em tudo o que escrevi até agora sobre o assunto.

Um abraço
Pedro Macedo

C/cópia para Marcos Dvoskin

Observação: Ainda não sei o valor do prêmio em dinheiro, mas imagino que é pouco maior do que precisei pagar para proporcionar a publicação do material.”

Fiz questão de resgatar esse conteúdo inédito a fim de tranqülizar os amigos de Pedro Macedo. Ele é exatamente assim: autêntico, bem humorado, irônico e capaz de transmitir fielmente o que pensa. Como ocorreu com o artigo “Substituição”, que tanto repercutiu entre os comunicadores locais.

Tenho certeza: logo seremos brindados com seu texto arguto em um veículo onde haverá espaço para esse talento que dignifica a atividade jornalística.

(Publicado por José Emanuel Gomes de Mattos no blog.emanuelmattos.com.br)

terça-feira, 25 de março de 2008

Convite para enterro


Em outra emissora, Lantieri fazia a locução de um noticioso que se encerrava com a leitura de um convite para enterro. "Faleceu na noite de ontem fulano de tal. O velório foi realizado na capela do hospital e o sepultamento ocorrerá hoje, no Cemitério São Miguel e Almas, às 16 horas". Ao conferir o relógio da parede e vendo que faltavam apenas 10 minutos para o horário anunciado, Lantieri achou uma saída, e improvisou:
- Na verdade, está em cima da hora do enterro, mas se ou ouvinte apressar o passo ainda pode alcançar o cortejo fúnebre na lomba do cemitério...

(Colaboração e texto Antônio Goulart)

Repórter opiniático


Sempre que se fala em mancadas ou situações inusitadas no radiojornalismo gaúcho, a figura de Ênio Lantieri é sempre lembrada. Falecido há poucos anos, esse profissional, que atuou em várias emissoras do Rio Grande do Sul, encerrou sua carreira na antiga estatal Empresa Brasileira de Notícias (EBN), hoje Radiobrás. De fala fácil e forte personalidade, não costumava primar pela moderação, pelo contrário: tomava decisões na hora, muitas delas fora dos padrões ortodoxos. Certa vez, ao acompanhar a apuração dos votos para a escolha do candidato do PTB que concorreria à prefeitura de Porto Alegre, Lantieri, falando ao vivo pela Rádio Itaí, perguntou ao deputado federal Paulo Mincarone a que ele atribuía a derrota de Wilson Vargas, então secretário do governo do Estado, para Loureiro da Silva. Resposta do parlamentar:
- Certamente que à equivocada política de salários do governador Brizola, que colocou todo o funcionalismo público estadual contra o PTB.
Lantieri não resistiu e contra-atacou na hora, respeitosamente
- Perdão, excelência, mas a reportagem discorda.
Dizem que o repórter continuou discordando, até ser tirado do ar pela direção da emissora, e ser demitido logo em seguida.

(Colaboração e texto Antônio Goulart)

Comentário Relâmpago


Outra rapidinha de Cachoeira. Mas não foi lá. Foi em Rio Grande. O veterano Cachoeira Futebol Clube disputava a segunda divisão. O adversário era o próprio vovô, o Rio Grande. Três rádios acompanhavam o "alvi-rubro" da Princesa do Jacuí. A Cachoeira, a Princesa e a Fandango. Lá esta eu, narrando, nem lembro mais por qual.
O Jacy Oliveira da Rosa (popular "Nega Véia"), ex-jogador do próprio Cachoeira, comentando. Figura muito querida e folclórica no município, o Jacy usa óculos de tartaruga, geralmente com hastes meio desencontradas. E o "balcão" nas velhas cabines era alto. Bola no meio do campo. O juiz ia apitar o começo do jogo. O Jacy deixou cair a planilha e tudo mais o que tinha em cima. E mergulhou para o chão, atrás dela. O Cachoeira sai com a bola. Em três toques para trás, sempre recuando, a defesa se atrapalha e o centroavante adversário faz um gol com segundos de jogo.
O Jacy recém tinha encontrado seus papéis e vinha subindo de novo. Óculos meio atravessado, ele me ouve gritando gol, espantando com a bobeira da defesa. Chamei o comentarista.
- Um zero para o Rio Grande. Menos de 17 segundos... (gritei)
- E aí Jacy Oliveira da Rosa? (lhe estendi o microfone)
Ele me olha apavorado, pois não tinha visto nada. E no desespero, com a espontaneidade que Deus lhe deu, lascou:
- Mas jáááááá?????????
O pessoal em volta não sabia se chorava com o gol ou morria de rir da saída do Jacy.

(Texto e colaboração Vilnei Herbstrith)

"Las Focas"


Quando repórter era das mais xeretas... Perguntava tanto em coletivas que parecia uma "foca". Excesso de zelo... Matérias impecáveis. Hoje, Jurema Josefa é chefe de reportagem do CP. E nessa função mais chora do que ri. Basta o repórter apresentar a ela um texto relatando algum drama, ou algum sofrimento... Ela se derrama e soluça... As choradeiras são conhecidas de todos... Mas sempre que pode a "Jur" pega a canetinha e vai à luta... Está no sangue... E na emoção de ser jornalista. Outro dia, em Punta, no Uruguai, ela ficou realizada ao encontrar uma placa com indicativo do nome da rua... Nem aproveitou o final de semana... Retornou com duas matérias especiais... Tem muito coleguinha querendo passar longe da tal placa... Afinal, eles têm mdo de se "contaminar" pelo vírus da placa.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Mico ao vivo na Festa de Navegantes


Essa foi me foi relatada pela Karina Chaves, que hoje é produtora da equipe do SBT Brasil no RS. Fevereiro de 96. A TVE transmitia ao vivo a Festa dos Navegantes. A repórter Cristina Adami estava no meio da multidão e deveria entrar na programação com um dos fiéis. Karina Chaves estava de produtora, começando a carreira, e pegou a primeira pessoa que passava pelo local. Era uma senhora toda de branco, carregando o filho pequeno. Nervosa, a repórter começou a falar da procissão, que reúne milhares de devotos todos os anos, que agradececem à santa. "É o caso desta senhora que está aqui com o filho. Certamente ela está pagando uma promessa. Não é minha senhora?" Silêncio. A mulher olhava para a câmera e nada. "A senhora deve estar emocionada com este momento. A senhora veio de onde?" Silêncio. Repórter e produtora suavam frio, quando o menino puxou o microfone e falou: "A gente tá pagando uma promessa, ela é surda-muda", explicou. Mico ao vivo é pior do que babadas no ar.

Celular traiçoeiro


Por que será que o celular do repórter sempre toca no meio das coletivas? Em alguns momentos, o entrevistado até pára de falar ao ser interrompido pela musiquinha do aparelho que está no bolso ou na cintura dos colegas. Algumas vezes pagamos o maior mico por não conseguir atender o celular e segurar o microfone e gravador juntos. Uma repórter da RBS TV passou por uma dessas. Em novembro do ano passado, o Ministério Público anunciou que iria investigar os computadores dos deputados para apurar suspeitas de envolvimento na fraude dos selos. Fomos todos atrás do presidente do Legislativo para saber se ele iria aceitar esta investigação.
Na chegada, o deputado Frederico Antunes foi cercado pelos repórteres de rádio, TV e jornal. Ao meu lado estava o Voltaire Porto (Record), Luci Jorge (Band) e Luciana Kraemer (RBS TV). Engatamos a primeira pergunta sobre as fraudes dentro da Assembléia e o clima ficou tenso. Frederico Antunes começou a responder e um silêncio tomou conta do ambiente.
Dava para ouvir a respiração dos colegas. Todos concentrados na resposta. Então, de repente, começou uma gravação de um bebê dando risada. Era uma gargalhada atrás da outra. O presidente da Assembléia parou no ato e todos começaram a rir. O som vinha do celular da Luciana Kraemer, que não sabia onde se meter. "Coisa de quem está começando agora", ironizou a experiente repórter, que foi traída pela chamada do telefone móvel. Seria o filhinho dela? Alô Luciana, responde.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Capitão Nascimento dos Pampas


Como repórter do SBT, eu (Wilson Rosa) acompanhei dois protestos na Capital: a passeata das mulheres camponesas até a sede da Policia Federal e a invasão do prédio da Fundação Gaúcha do Trabalho pelo Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). Nas duas manifestações esteve presente o coronel Mendes, subcomandante da Brigada Militar. E aonde ele chega, o clima é de medo e admiração. Comentários dos repórteres: "Chegou o capitão Nascimento, agora o bicho vai pegar. Ele vai mandar todo mundo sair e não tem negociação com o pessoal dos protestos", afirmaram alguns. O oficial é durão mesmo, ao melhor estilo ao anti-herói do filme Tropa de Elite.

BABADA! 7 HORAS E 50 MINUTOS... DA TARDE!!!



Essa aconteceu no "Rio Grande no Ar" de 18 de fevereiro e foi fantástica. Acabou o último boletim da Mariana Kruse direto da praia e ela me diz isso:

- BOA TARDE, SÉRGIO.

O Sérgio ficou sei lá se besta, sem reação, surpreso, espantado ou o que, mas só respondeu, batendo uma palma e com um sorriso de atônito:

- BOM DIA, MARIANA!

Sensacional!!! Me fez lembrar a piada clássica do Seu Madruga do "10 da madrugada".

Recuerdos: Carla e Reche, ou seriam Ginger e Fred?


Uma coisa que notamos vendo o antigo "Balanço Geral" é que, quando apresentavam as atrações de variedades no final e envolvia música pra dançar, eles acabavam dançando, separados ou juntos (que nem foi um dia que teve uma professora de tango, por exemplo). Uma das últimas aparições da dupla Reche e Carla, dançaram uma música italiana tocada pelo pessoal que foi divulgar a Festa da Uva. E não dançaram mal não, se saíram direitinho. A Carla até tinha jeito, o Reche é que melhorou bastante. Era divertido quando isso acontece. Mais um pouco e podiam fazer com os dois - e juntar no balaio a Aline e até o Juremir - um "reality dance", que nem o "Hoje em Dia" fazia há alguns anos.

domingo, 9 de março de 2008

FRASES PUBLICADAS EM ALGUNS JORNAIS, NOS ÚLTIMOS MESES, NO RIO DE JANEIRO

Jornal do Brasil

"A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano."

(Onde? Na cova?)

O Globo

"Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente."

(O frio não estava filiado ao Sindicato Grevista)

Extra

"Os sete artistas compõem um trio de talento."

(Hã?)

O Dia

"A vítima foi estrangulada a golpes de facão."

(uma nova modalidade de estrangulamento)

O Globo

"Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável."

(De modo algum!)

Jornal do Brasil
"Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva."

(Jura?)

Extra

"Parece que ela foi morta pelo seu assassino."

(Não diga!)

Extra


"O acidente foi no triste e célebre Retângulo das Bermudas."

(Gente, até ontem era um triângulo! Vai ver que qualquer dia inventem o CÍRCULO DAS BERMUDAS...)

O Dia


"O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se suicidou."

(Seria a volta dos mortos-vivos?)

Extra

"A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço."

(Que aberração!)

Jornal do Brasil


"Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes."

(Água no além para purificar as almas...)

Jornal do Brasil

"O aumento do desemprego foi de 0% em novembro."

(Onde vamos parar desse jeito?)

Extra


"O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos."

(Quanta confusão!)

O Globo

"Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio,trata-se de um incêndio."

(Ah, bom! achei que fosse um churrasco!)

O Dia
"Na chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel."

(Viu como ele é disciplinado?)

Extra

"O cadáver foi encontrado morto dentro do carro."

(Sem Comentários !!!)

O Dia

"Prefeito de interior vai dormir bem, e acorda morto.“

(acorda?)


(Colaboração: Maria Angélica, de Lages)

Nota Oficial*



Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul denuncia o impedimento, por parte da Brigada Militar, do exercício profissional de jornalistas na cobertura da ocupação, pelas mulheres da Via Campesina, da Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul. Repórteres fotográficos e cinematográficos foram impedidos de registrar a agressão sofrida por mulheres e crianças que estavam na manifestação, inclusive tendo equipamentos profissionais apreendidos. Outra jornalista foi retirada do local pelos policiais.
Vivemos em uma sociedade democrática de direito e não vamos aceitar as velhas práticas do período da ditadura militar. O Código de Ética dos Jornalistas, em seu artigo 2º, inciso V, aponta que "a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à auto-censura são delitos contra a sociedade". O mesmo Código também identifica, no artigo 6º, ser "dever do profissional opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão".
A Secretaria de Segurança do Estado deve explicações sobre esse fato não só aos jornalistas agredidos no seu direito de trabalhar, mas a toda a sociedade, que foi impedida de ser livremente informada. As constantes denúncias que chegam ao Sindicato revelam que ameaças aos jornalistas têm sido prática constante por parte da Brigada Militar.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS está atento a esse tipo de comportamento e levará o caso à Federação de Periodistas da América Latina e Caribe que, já em sua Carta de Lima, Peru, de dezembro de 2007, exigia dos governos assumir a responsabilidade de garantir a todos os jornalistas o direito à vida, ao trabalho digno, à liberdade de expressão e o direito cidadão à informação.

* Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS

Fotos: Eduardo Seidl/Correio do Povo

quarta-feira, 5 de março de 2008

José Hermeto ... PASCOAL


No meio de 1999 a Estância Capivara, município de Hulha Negra, foi invadida pelo MST. Aí o rebuliço foi grande: imprensa chegando, tráfego intenso, autoridades (policiais e políticas) na volta, além dos protagonistas: colonos do MST de um lado e produtores rurais do outro. O clima estava formado. O MST dentro da fazenda, os ruralistas acompanhando tudo com binóculos, formando uma "barreira" na entrada do local. E nós, pobres repórteres, esperando o desfecho.
Na metade da tarde surge a informação de que o secretário estadual de Agricultura, José Hermeto Hoffmann, estaria no local e falaria com os líderes do MST. Foi mais um agito: câmeras sendo preparadas (naquela época não tinha máquina digital e o pessoal tinha que "testar o equipamento"), cinegrafistas com o seu instrumento de trabalho em punho e repórteres de rádio narrando os fatos e a expectativa. E eu no meio daquele furdunço, observando e comendo um pacote de biscoito Dentinho.
Até que de repente chega o veículo oficial do governo do Estado, trazendo o bendito do secretário (pra resolver duma vez aquela loucura toda, era o que a gente queria). O repórter Mariano Augusto, da Rádio Difusora, se aproxima do veículo, enfrentando alguns protestos por parte dos ruralistas (que queriam toda a atenção só para eles, é claro).
Profissional experiente, o Mariano tentou falar com o secretário. Só que o motorista não quis saber: quase atropelou o glorioso repórter, que tem quase 1,90m. Meio que ainda se recuperando do susto, o Mariano não perdeu a compostura, mesmo quente da cara: "... e acaba de passar em frente à porteira da Estância da Capivara, meio apressado, o secretário estadual de Agricultura José Hermeto... PASCOAL". Né que o pobre do Mariano trocou o nome do político pelo do famoso músico.
Conseguiu fazer com que os jornalistas e ruralistas caíssem na risada. Dizem as más línguas que o pessoal do MST dentro da fazenda, ligado na Difusora, também riu bastante. História singela, mas real...

(Colaboração Emanuel Müller)

Nova do Guigui


Lendo as últimas sobre o Guigui, um dos mais queridos motoras do CP, lembrei de uma que aconteceu comigo. No final de um dia exaustivo de Expointer, o trem do Guigui partiria em minutos comigo e mais uns 2 ou 3 colegas. Eu, louca de cansaço, só queria ir para casa. Mas a fome era demais. Não havia tido tempo de fazer um lanche. Optei por não perder a carona e controlar o estômago. O Guigui, querido como sempre, me disse: "Vai ali fazer um lanche, a gente te espera, ou, se quiseres, vamos pegar uns salgadinhos aqui na frente casa do CP. Estão dando aos montes". Topei. Pois não é que o dito "coquetel" era o estande da Whiskas !! O Guigui havia passado a tarde se deliciando com os tais "salgadinhos".

(Colaboração Caren Mello)

Tributo a Vitor Moraes


Vitor Moraes era um repórter nato. Farejava as notícias tal e qual um cão perdigueiro. Nunca dizia não. estava sempre disposto para viagens, desafiadoras coberturas litorâneas... Era querido por todos... No Jornalismo e na Brigada Militar, onde apesar de nunca ter vestido uma farda, era um "brigadiano" acima de qualquer suspeita. Para Vitor, não havia obstáculos no exercício da profissão. Se pedissem a ele para escrever um editorial sobre Jesus, ele apenas perguntava. "É pra escrever contra ou a favor?". E lá saia ele escrevendo suas preciosidades.

Manual de Sobrevivência



E de repente você é escalado para a cobertura de uma coletiva em Sampa. Até aí, tudo maravilhoso. Viagem de avião, movimento frenético da capital paulista, congestionamento... Tudo é novidade para quem deseja tirar umas férias do ambiente da redação. Mas é preciso estar preparado para os infortúnios da profissão. Eis que a fonte da coletiva paga as passagens aéreas, manda buscar no aeroporto, arca com os custos da hospedagem e - LEIA-SE - do café da manhã. Mas é bom esclarecer que você foi deixado em um dos mais finos e caros hotéis de Sampa. E ao fazer o check in precisa pagar fiança - uma espécie de depósito compulsório para evitar calotes. Se você não tiver um cartão de crédito ou no mínimno R$ 100,00 na carteira não dorme. Isso é o de menos pois tem muita marquise legal em Sampa pra se passar a noite.

Bem, o mais constrangedor é o jantar. Você tem uma diária de R$ 18,00 por refeição e o prato mais barato - macarrão ao alho e óleo - custa R$ 24,00. A latinha do refri ou um tímido copo de suco custam exageradamente R$ 7,00. Se quiser água mineral, sai por R$ 9,00 (o motivo de ser mais caro ninguém explica). Mesmo que não suporte alho, não tem outra alternativa. Ou come... Ou não come e enfrenta uma madrugada terrível de fome. Do contrário, terá que desembolsar no mínimo R$ 80,00 pra comer algo que tenha um mísero pedaço de carne...

Passado o susto e saciada a fome, não ouse aceitar nada que lhe ofereçam sem perguntar o preço pois corre o risco de abraçar uma dívida impagável. Só ouse acessar a Internet no notebook se tiver 3G da Claro e com acesso ilimitado. Isto para não passar vergonha na hora de pagar a conta. Se for tomar banho, certifique-se de que o cheiroso sabonete de glicerina (fragrância mel com rosas) é mesmo de graça. Se sentir sede, tome água da torneira usando a mão com conchinha. Não pegue os copos de cristal.

Não abra o frigobar. Em hipótese alguma. Se tiver a tentação de tomar um suxo "básico", daqueles de caixinha que tem um canudinho colocado na lateral, terá que desembolsar R$ 10,00. Esperamos ter contribuído com os "marinheiros de primeira viagem". Fora do nosso Estado, quem tem olho é rei. É preciso ter olho vivo e pé ligeiro. Do contrário, marcha... E marcha feio... É bom levar à risca as dicas do Manual de Sobrevivência!

sábado, 1 de março de 2008

Outra do Guigui


Tem mais uma maravilhosa que contam do motorista Guigui, que é gente finíssima, ótima companhia nas pautas. Certa vez, durante uma Expointer, Expoleite ou Expoqualquercoisa em Esteio, houve uma coletiva no Parque Assis Brasil e ele desceu do carro junto com o repórter e o fotógrafo. Alguém da assessoria de imprensa ou do cerimonial, que estava recepcionando os jornalistas e registrando os jornais e emissoras presentes, perguntou gentilmente, com a caneta e o bloco à mão: "Bom dia, qual é o seu veículo?" O seu Guilherme não titubeou e respondeu à queima-roupa, bem sério, apontando lá para fora: "O meu veículo é aquela Parati branca estacionada ali." E ele não estava brincando!

(Oportuna colaboração Leonardo Schneider)