sexta-feira, 21 de março de 2008
Mico ao vivo na Festa de Navegantes
Essa foi me foi relatada pela Karina Chaves, que hoje é produtora da equipe do SBT Brasil no RS. Fevereiro de 96. A TVE transmitia ao vivo a Festa dos Navegantes. A repórter Cristina Adami estava no meio da multidão e deveria entrar na programação com um dos fiéis. Karina Chaves estava de produtora, começando a carreira, e pegou a primeira pessoa que passava pelo local. Era uma senhora toda de branco, carregando o filho pequeno. Nervosa, a repórter começou a falar da procissão, que reúne milhares de devotos todos os anos, que agradececem à santa. "É o caso desta senhora que está aqui com o filho. Certamente ela está pagando uma promessa. Não é minha senhora?" Silêncio. A mulher olhava para a câmera e nada. "A senhora deve estar emocionada com este momento. A senhora veio de onde?" Silêncio. Repórter e produtora suavam frio, quando o menino puxou o microfone e falou: "A gente tá pagando uma promessa, ela é surda-muda", explicou. Mico ao vivo é pior do que babadas no ar.
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2 comentários:
Só para registro: eu era chefe de reportagem neste caso e este menino nunca existiu. Considero que não houve um mico no ar, mas sim um "desdobre" da repórter. Ao perceber que a senhora não falaria, a jornalista afirmou que "a emoção era tanta que os fiéis nem conseguem falar". Enfim, ao invés de mico ocorreu uma saída hábil para algo que poderia tornar-se constrangedor no ar. Toda vez que vejo histórias contadas de forma distorcida e ainda citando nomes de colegas tenho que dar razão a Balzac em sua obra "Os Jornalistas" (Por favor, leiam!!!).
Cláudio Mércio (chefe de reportagem da TVE na época)
" Se a imprensa não existisse, seria necessário não inventa-la"
Honoré de Balzac
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