sexta-feira, 21 de março de 2008

Celular traiçoeiro


Por que será que o celular do repórter sempre toca no meio das coletivas? Em alguns momentos, o entrevistado até pára de falar ao ser interrompido pela musiquinha do aparelho que está no bolso ou na cintura dos colegas. Algumas vezes pagamos o maior mico por não conseguir atender o celular e segurar o microfone e gravador juntos. Uma repórter da RBS TV passou por uma dessas. Em novembro do ano passado, o Ministério Público anunciou que iria investigar os computadores dos deputados para apurar suspeitas de envolvimento na fraude dos selos. Fomos todos atrás do presidente do Legislativo para saber se ele iria aceitar esta investigação.
Na chegada, o deputado Frederico Antunes foi cercado pelos repórteres de rádio, TV e jornal. Ao meu lado estava o Voltaire Porto (Record), Luci Jorge (Band) e Luciana Kraemer (RBS TV). Engatamos a primeira pergunta sobre as fraudes dentro da Assembléia e o clima ficou tenso. Frederico Antunes começou a responder e um silêncio tomou conta do ambiente.
Dava para ouvir a respiração dos colegas. Todos concentrados na resposta. Então, de repente, começou uma gravação de um bebê dando risada. Era uma gargalhada atrás da outra. O presidente da Assembléia parou no ato e todos começaram a rir. O som vinha do celular da Luciana Kraemer, que não sabia onde se meter. "Coisa de quem está começando agora", ironizou a experiente repórter, que foi traída pela chamada do telefone móvel. Seria o filhinho dela? Alô Luciana, responde.

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